O lado B

O lado B

terça-feira, 15 de março de 2011

Juventude líquida

Que saudade do tempo em que o cigarro tinha algum significado. De quando o bom roqueiro vivia do lema; sexo, drogas e rock' n roll. De quando a informação era pouca, mas era suficiente. De quando as pessoas que curtiam rock, não usavam; roupas, tênis da moda, tinham apenas um estilo de viver. De quando a galera underground saia às ruas e tinham "motivos" pra protestar, não que eu esteja sendo apologista - ainda bem que não precisamos sair às ruas, fazer mais guerras - mais é que hoje em dia a maioria dos jovens não faz juz àqueles que morreram lutando por nós.
Quem são os verdadeiros amigos de Cazuza, Elis, Renato? É difícil responder a essa questão hoje, porque todo mundo é fã nato de alguns cantores e apenas conhecem uma música do artista. É uma verdadeira caraça, só pra colocar fotos no álbum dos sites de relacionamento da vida.
E as comunidades desses seres? Não quer dizer quem realmente eles são e sim o que eles querem mostrar que são. E assim tanto querem ser que praticamente acreditam na própria mentira, que hipocrisia! Entram em comunidades que dizem "Vou largar tudo e virar hippie!", e não consegue usar duas vezes a mesma roupa. 
No Orkut? Fotos de pessoas sofrendo em outros países e não se preocupam em ajudar pessoas que batem na sua própria porta. Coloca "símbolos de pessoas livres de tudo", e no guarda-roupa só tem símbolos de marcas caras. 
Para ser "foda"? Tem que ter requisitos; ter vários profiles, ter uma banda, ser anti-social, revolucionário, vegetariano, ateu, amar a natureza. Odiar o governo, os burgueses, o capitalismo.
E as palavras e frases usadas? São tiradas de qualquer lugar, e nem ao menos procuram entender a origem delas, pesquisar, compreender o que é; cinismo, comunismo, ditadura, fé, política, tirania e tantas outras palavras que perdem a acepção da expressão.
Literatura? Algum trecho de uma poesia de Fernando Pessoa tirado do msn ou fotolog de alguém.
Estamos com certeza na época do plágio, tudo que se pode copiar é copiado; os sentimentos, os gostos musicais, o estilo; virou o século do lugar-comum.
Até os gêneros musicais que jamais a humanidade poderia imaginar que um dia se tornaria tão banais, com uma quantidade enorme de adeptos - não que o fato em si não seja bom, o que se sucede é que está se perdendo a verdadeira razão dos subgêneros do rock.
Daqui alguns dias, os heterossexuais terão uma "parada hetero" só pra eles. Pois até o bissexualismo virou moda, estereótipo.
É uma heresia essa juventude, e se você sentiu que tudo isso é pra você, é melhor mudar suas atitudes e "ideologias". Seja você mesmo, procure se encontrar e não agradar alguém, para pertencer a alguma tribo.
Sei que é difícil descorporar dessa sociedade, que sempre apresenta um só caminho, o de obedecer e aceitar. Mas é só propugnar em defesa da nossa geração e das futuras.
Como aquela música que já profetizava: "Desde pequenos nós comemos lixo, comercial e industrial. Mas agora chegou nossa vez, vamos cuspir de novo o lixo em cima de vocês."
Pessoas que utilizam sua massa encefálica tenham um pouco de brio, e mudem essa realidade que se encontra em profunda crise, e nunca se esqueçam: Somos os filhos da revolução!


Geração Z é a definição sociológica para definir geração de pessoas nascidas desde a segunda metade da década de 90 até os dias de hoje. Ou seja, geração que correspondem à idealização e nascimento da World Wide Web e no "boom" na criação de aparelhos tecnológicos (nascidos entre o fim de 1993 a 2010). As pessoas da Geração Z são conhecidas por serem nativas digitais estando muito familiarizadas com a internet, telefones móveis e mp players. A grande nuance dessa geração é Zapear*. Não apenas acessando a internet de suas casas, e sim pelo celular, ou seja, extremamente conectadas.

Zapear* é o ato de mudar rápido e repetidamente de canal de televisão ou frequência de rádio, de forma a encontrar algo interessante para ver ou ouvir.

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